Doença de Jorge Lobo
A Doença de Jorge Lobo, causada pelo Paracoccidioides loboi, fungo com nomenclatura ainda em discussão, é uma micose localizada, crônica e polimorfa que surge predominantemente na Amazônia e nunca fora de região intertropical. A inoculação parece dar-se por meio de traumatismo. Ocorre em especial no homem lavrador (10 homens:1 mulher).
Quadro Clínico
Manifesta-se por lesões queloidiformes ou, ainda, vegetantes, infiltrativas, ulceradas gomosas, entre outras. São geralmente assimétricas e circunscritas a uma região. Os locais mais afetados são os pavilhões auriculares, membros inferiores e superiores. Quando acometidos, os gânglios mostram-se duros e sem flutuação. Em geral, o paciente mantém bom estado físico.
Diagnóstico
Para diagnosticar a afecção, procede-se ao exame direto do material da lesão, que revela parasitas abundantes, bem como a histopatologia, que mostra histiócitos espumosos com riqueza de parasitas. Esses se evidenciam por serem fungos arredondados, com membrana de duplo contorno e reprodução por brotamento simples ou múltiplo. O Paracoccidioides loboi não cresce em cultura.
Para diagnosticar a afecção, procede-se ao exame direto do material da lesão, que revela parasitas abundantes, bem como a histopatologia, que mostra histiócitos espumosos com riqueza de parasitas. Esses se evidenciam por serem fungos arredondados, com membrana de duplo contorno e reprodução por brotamento simples ou múltiplo. O Paracoccidioides loboi não cresce em cultura.
Tratamento
Podem-se utilizar a exérese cirúrgica, a clofazimina e a 5-fluorocitosina, com resultados nem sempre eficientes.
Micoses Superficiais da pele
As micoses superficiais da pele, em alguns casos chamadas de "tineas", são infecções causadas por fungos que atingem a pele, as unhas e os cabelos. Os fungos estão em toda parte podendo ser encontrados no solo e em animais. Até mesmo na nossa pele existem fungos convivendo "pacificamente" conosco, sem causar doença.
A queratina, substância encontrada na superfície cutânea, unhas e cabelos, é o "alimento" para estes fungos. Quando encontram condições favoráveis ao seu crescimento, como: calor, umidade, baixa de imunidade ou uso de antibióticos sistêmicos por longo prazo (alteram o equilíbrio da pele), estes fungos se reproduzem e passam então a causar a doença.
Manifestações clínicas
Existem várias formas de manifestação das micoses cutâneas superficiais, dependendo do local afetado e também do tipo de fungo causador da micose. Veja, abaixo, alguns dos tipos mais frequentes:
• Tinea do corpo ("impingem"): forma lesões arredondadas, que coçam e se iniciam por ponto avermelhado que se abre em anel de bordas avermelhadas e descamativas com o centro da lesão tendendo à cura.
• Tinea da cabeça: mais frequente em crianças, forma áreas arredondadas com falhas nos cabelos, que se apresentam cortados rente ao couro cabeludo nestes locais (tonsurados). É muito contagiosa.
• Tinea dos pés: causa descamação e coceira na planta dos pés que sobe pelas laterais para a pele mais fina.
• Tinea interdigital ("frieira"): causa descamação, maceração (pele esbranquiçada e mole), fissuras e coceira entre os dedos dos pés. Bastante frequente nos pés, devido ao uso constante de calçados fechados que retém a umidade, também pode ocorrer nas mãos, principalmente naquelas pessoas que trabalham muito com água e sabão. Veja mais.
• Tinea inguinal ("micose da virilha"): forma áreas avermelhadas e descamativas com bordas bem limitadas, que se expandem para as coxas e nádegas, acompanhadas de muita comichão.
• Micose das unhas (onicomicose): apresenta-se de várias formas: descolamento da borda livre da unha, espessamento, manchas brancas na superfície ou deformação da unha. Quando a micose atinge a pele ao redor da unha, causa a paroníquia ("unheiro"). O contorno ungueal fica inflamado, dolorido, inchado e avermelhado e, por consequência, altera a formação da unha, que cresce ondulada.
• Intertrigo candidiásico: provocado pela levedura Candida albicans, forma área avermelhada, húmida que se expande por pontos satélites ao redor da região mais afetada e, geralmente, provoca muita comichão.
• Pitiríase versicolor ("micose de praia, pano branco"): forma manchas claras recobertas por fina descamação, facilmente demonstrável pelo esticamento da pele. Atinge principalmente áreas de maior produção de oleosidade como o tronco, a face, pescoço e couro cabeludo.
• Tinea negra: manifesta-se pela formação de manchas escuras na palma das mãos ou plantas dos pés. É assintomática.
• Piedra preta: esta micose forma nódulos ou placas de cor escura grudados aos cabelos. É assintomática.
• Piedra branca: manifesta-se por concreções de cor branca ou clara aderidas aos pêlos. Atinge principalmente os pêlos pubianos, genitais e axilares e as lesões podem ser removidas com facilidade puxando-as em direcção à ponta dos fios.
Como evitar as micoses?
Hábitos higiénicos são importantes para se evitar as micoses.
Previna-se seguindo as dicas abaixo:
- Seque-se sempre muito bem após o banho, principalmente as dobras de pele como as axilas, as virilhas e os dedos dos pés.
- Evite ficar com roupas molhadas por muito tempo.
- Evite o contacto prolongado com água e sabão.
- Não use objetos pessoais (roupas, calçados, pentes, toalhas, bonés) de outras pessoas.
- Não ande descalço em pisos constantemente úmidos (lava pés, vestiários, saunas).
- Observe a pele e o pêlo de seus animais de estimação (cães e gatos). Qualquer alteração como descamação ou falhas no pêlo procure o veterinário.
- Evite mexer com a terra sem usar luvas.
- Use somente o seu material de manicure.
- Evite usar calçados fechados o máximo possível. Opte pelos mais largos e ventilados.
- Evite roupas quentes e justas. Evite os tecidos sintéticos, principalmente nas roupas de baixo. Prefira sempre tecidos leves como o algodão.
Tratamento
O tratamento vai depender do tipo de micose e deve ser determinado por um médico dermatologista.
Evite usar medicamentos indicados por outras pessoas, pois podem mascarar características importantes para o diagnóstico correcto da sua micose, dificultando o tratamento.
Podem ser usadas medicações locais sob a forma de cremes, loções e talcos ou medicações via oral, dependendo da intensidade do quadro. O tratamento das micoses é sempre prolongado, variando de cerca de 30 a 60 dias. Não o interrompa assim que terminarem os sintomas, pois o fungo nas camadas mais profundas pode resistir. Continue o uso da medicação pelo tempo indicado pelo seu médico.
As micoses das unhas são as de mais difícil tratamento e também de maior duração, podendo ser necessário manter a medicação por mais de doze meses. A persistência é fundamental para se obter sucesso nestes casos.